A Secretaria de
Assistência e Ação Social, através do Departamento de Promoção da Igualdade Racial,
realiza, na próxima quinta-feira, 21, no Centro Comunitário Municipal, das 08h
às 12h30min, o I Workshop em comemoração ao Dia Internacional do Combate a Discriminação
Racial: data escolhida em memória ao episódio conhecido como “Massacre
de Shaperville”.
Será uma manhã de
reflexão e debates com palestras, apresentações artísticas (grupo de capoeira,
dança afro), show musical e exposições de artes visuais. “Esta é mais uma ação
pelo fim do racismo e uma prova do comprometimento do governo municipal
com a luta anti-racista e a defesa do povo negro”, declara Aline Regina,
coordenadora do Departamento de Promoção da Igualdade
Racial de Barra dos Coqueiros.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento – PNUD – em seu relatório anual, "para conseguir romper o
preconceito racial, o movimento negro brasileiro precisa criar alianças e falar
para todo o país, inclusive para os brancos. Essa é a única maneira de mudar
uma mentalidade forjada durante quase cinco séculos de discriminação”.
A Prefeitura
Municipal de Barra dos Coqueiros consciente deste programa (PNDU) faz a sua
parte promovendo eventos e ações que visam o combate a qualquer tipo de
discriminação e a luta pela superação das desigualdades
raciais. "É importante que não
somente neste dia, mas cotidianamente, lutemos por uma sociedade de fato
democrática, igualitária, unindo forças em prol de um país que contemple a igualdade
entre todos”, declarou o prefeito Airton Martins.
HISTÓRICO
A data de 21 de março foi instituída pela
Organização das Nações Unidas (ONU) como o “Dia Internacional de Luta pela
Eliminação da Discriminação Racial” em memória do Massacre de Shaperville,
ocorrido em 1960, em Johanesburgo, na África do Sul, e que resultou na morte de
89 pessoas, além de ter deixado 186 pessoas gravemente feridas.
Naquele dia, cerca de 20 mil negros e negras
protestavam contra a “lei do passe”, que os obrigava a portar cartões de
identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular.
Transformado em exemplo mundial da face mais
asquerosa do racismo, o Massacre, por exemplo, impulsionou o ascenso das lutas
pelos direitos de negros e negras pelos direitos civis e ações afirmativas, nos
EUA, tendo inspirado a militância de ícones do movimento negro como Malcolm X,
Martin Luther King e os Panteras. Todos eles referências, até hoje, para nossas
lutas.
O crime praticado pelo regime do apartheid
repercutiu no mundo inteiro e praticamente obrigou a aprovar uma convenção (da
qual o Brasil é signatário) na qual se afirma que a “discriminação Racial
significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na
raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito
de impedir ou dificultar o reconhecimento e/ou exercício, em bases de
igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político,
econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida.”